sexta-feira, 25 de maio de 2012

Estimulação Mental - Trabalhar por comida ou tê-la de graça?

Numa conversa com a minha mãe enquanto estava a preparar uma "Orca Ball" para a Lany:


e ela comentou que achava aquilo uma tortura para a cadela ter de andar às voltinhas com aquilo para comer.

Nem de propósito, encontrei um artigo interessante sobre a gratuitidade dos alimentos que damos diariamente aos nossos cães.

Sinceramente, vale a pena pensar nisto:


Esquilos gostam de trabalhar pela sua comida


Muitos animais preferem trabalhar pela sua comida do que obtê-la de graça, refutando a teoria económica padrão.
Acabei de ler uns livros fascinantes de Dan Ariely que explica alguns dos aspectos positivos que a irracionalidade tem nas nossas vidas, baseando-se em alguns estudos psicológicos antigos e outros mais recentes.
O artigo que se segue baseia-se no livro “TheUpside of Irrationaity: The Unexpected Benefits of Defying Logic at Work and atHome” de Dan Ariely, Harper Collins (2010)


 
“Contrafreeloading” (em português é qualquer coisa como “contra-comida de graça”) é um termo usado pela etologista Glen Jensen, e refere-se ao facto de que os animais preferem merecer a sua comer do que comer sempre a mesma, mesma que esta seja de livre acesso.

Para melhor entender a alegria de trabalhar pela comida, Glen Jensen usou ratos adultos albinos para testar o seu apetite pelo trabalho. Imagine que é um rato participante neste estudo. Depois de uns dias a obter bolachas de um homem de bata branca, sempre à mesma hora, você aprende a esperar comida sempre aquela hora e a sua barriga começa a roncar precisamente antes do homem de bata branca aparecer – exactamente o que Glen Jensen espera que aconteça.

Assim que o seu corpo está condicionado a comer bolachas a uma hora determinada, as coisas mudam repentinamente. Em vez de ser alimentado na hora em que está com a sua fome no máximo, tem de esperar uma hora. Passada essa hora, o homem da bata branca coloca-o numa caixa com uma barra que você pisa acidentalmente e liberta uma dose de comida. Espectáculo! Você pressiona novamente a barra. Maravilha! – Mais uma dose de comida. Você pressiona mais uma vez, e outra, comendo alegremente, quando de repente a luz se apaga e ao mesmo tempo, a barra deixa de providenciar comida. Depressa vai aprender que assim que a luz se apaga, por mais que pressione a barra, deixa de haver comida.

De seguida, o homem da bata branca abre a caixa e coloca um pequeno copo no canto da caixa. Você não presta atenção ao copo. Apenas quer que a barra recomece a libertar comida. Você pressiona e pressiona, mas nada acontece. Desde que a luz esteja apagada, pressionar a barra não lhe serve de nada. Você começa a vaguear pela caixa e chega ao copo. “Elah! O copo está cheio de comida! Comida Grátis!!” você começa a comer e de repente a luz acende. Agora apercebe-se que tem duas possíveis fontes de alimento. Você pode continuar a comer a comida do copo, grátis ou pode voltar à barra e pressioná-la para obter comida. Se você fosse este rato, o que preferia fazer?

Assumindo que você pensa como os ratos (excepto um) do estudo, você decidiria não comer tudo do pequeno copo. Mais cedo ou mais tarde retornaria à barra para pressioná-la em troco de comida.
Jensen descobriu que muitos animais incluindo peixes, pássaros, gerbos, ratos, ratazanas, macacos e chimpanzés – tendem a preferir uma via mais longa e mais indirecta para obter comida do que uma via mais curta e directa. Isto é, desde que não tenham de trabalhar demasiado, o animal vai preferir ganhar a sua comida. De facto, a única espécie que, segundo estes estudos, prefere não trabalhar pela comida é o tão louvavelmente racional gato.

A ideia geral do contrafreeloading contradiz a ideia económica de que o organismo irá sempre preferir maximizar a sua recompensa pelo mínimo de esforço.
 
Para mais informações:
3. NPR interview of behavioral economist Dan Ariely about his new book, The Upside of Irrationality.

Artigo original aqui

Um comentário:

  1. o que a tua mães te disse foi o que a minha madrinha me disse .. qeu eu estava a fazer mal a eles porque os deixava ogados a tentar tirar a comida lá de dentro e porque ficava o cheiro e eles iam sempre querer mais mas não havia .. bem cá em casa foi uma guerra e até quiseram deitar o kong fora mas eu impus-me e ainda tenho o kong só que agora dou-lhes ás escondidas ..

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