quinta-feira, 12 de julho de 2012

A Índia - 1ª sessão

Os posts com a Lany têm andado parados porque neste momento encontro-me a ajudar a dona de uma cadela, a Índia com alguns problemas.
Entre eles, a Índia é reactiva a cães e é nisso que estamos a trabalhar com mais afinco.

Este é o vídeo da primeira sessão de dessensibilização, com o primeiro cão que encontrámos naquele dia:



 PS: Qualquer semelhança da Índia com a Lany é pura coincidência =P

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Gelados de ração e patê

 Geladinhos super simples de se fazer só precisa de:

-Ração diária do cão
-Patê para cão(opcional)
-Copo de plástico descartável (iogurte ou neste caso de gelatina)

É só colocar a ração no copo, juntar água e colocar no congelador.
Para cães que sabe que não comem o plástico, pode dar com o copo (supervisione sempre). Caso lhe vá dar o gelado sem supervisão ou souber à partida que ele come o plástico, é só esfregar um bocadinho e retirar o bloquinho gelado do copo.

Bom apetite para os seus canitos!





sábado, 23 de junho de 2012

Estupidificados pela dominância - Parte II - por Dr.Karen Overall




Mudar a nossa maneira de pensar

Lutas por controlo de status social são extremamente raras entre canídeos selvagens, onde podemos incluir os lobos. O mesmo é verdade para humanos. A não ser que a situação envolva condições de stress social anormalmente elevadas ou severas (por exemplo, fome, guerra, demasiados indivíduos para poucos recursos), a maior parte das relações sociais humanas são estruturadas por negociações e deferência pelo outro em vez de violência. O mesmo padrão se verifica nos cães. Em resumo, tanto nas relações dos cães como nas relações dos seres humanos a violência é sinal que algo correu mal.

Depositar a nossa confiança no mito da dominância, normalmente resulta em comportamentos nada simpáticos ou mesmo abusivos para com os nossos cães levando a situações perigosas tanto para os cães como para os seres humanos. Uma melhor compreensão das regras sociais que se baseiam na deferência pode ajudar-nos a evitar comportamentos injustos, cruéis e muitas vezes perigosos que são o resultado de sermos estupidificados pela dominância.

O que queremos dizer por deferência? Deferência ocorre quando indivíduos sociais avaliam uma determinada situação e esperam calmamente o feedback de outro membro do grupo antes de decidir pelo uso de outros comportamentos ou interacções sociais.
Em sistemas baseados em deferência, as hierarquias são fluídas e flexíveis, dependendo do contexto e da informação trocada. O indivíduo ao qual os outros deferem pode ser diferente consoante as circunstâncias sociais; e o status e as circunstâncias não são absolutas e imutáveis.

Muito tem sido escrito sobre como os cães olham para os membros da sua família e os vêm como membros da sua “matilha”. É importante relembrar que matilha é apenas e só a palavra que descreve um grupo de cães assim como rebanho descreve um grupo de ovelhas e vara um grupo de porcos.

As verdadeiras matilhas caninas são constituídas pelos animais nascidos no sei do grupo social, sendo mais próximos uns dos outros ao nível familiar do que de outros animais noutra matilha. Na maior parte das casas que albergam mais do que um cão, os cães não têm laços familiares. A maneira como a maior parte dos cães vive quando em conjunto com outros cães é quase como que uma “anti-matilha”: As relações entre eles são impostas no momento em que um novo animal chega.

Por usarmos a palavra matilha de forma leviana, assumimos de certa forma que os humanos têm de ser os líderes da matilha. Esta suposição fez-nos comportar de forma errada em relação aos animais. Enquanto nos preocupamos com os cães, eles sabem que não somos cães e o seu relacionamento com cães e humanos será sempre diferente. É muito mais fácil entendermos as relações interdependentes e complexas entre cães e humanos se pusermos completamente de lado o conceito de matilha.

Fazer melhor pelos cães

Para entendermos e interagirmos com sucesso com os cães temos de perceber que o cão interage connosco e interroga-nos. Por vezes ele fá-lo oferecendo-nos uma série de comportamentos e esperando pela mudança no comportamento humano, vocalizando, dando-nos a pata ou sentando-se calmamente a olhar para nós. Este último comportamento é o que nos dá tempo e espaço para trocarmos informação com os nossos cães.

Interagir com o cão não tem nada a ver com dominá-lo. Tem sim, a ver com sinalizar claramente e ser consistente para que o cão aprenda e possa ter as pistas necessárias ao comportamento apropriado naquele momento.

Ao entendermos a história evolutiva do cão doméstico com o ser humano, como uma história partilhada, interdependente, de relação cooperativa, podemos criar uma estratégia mais efectiva de gerir as nossas preocupações com o comportamento canino.

1.Devemos a todo o custo evitar as situações que sabemos que irão provocar o comportamento errado no cão. O nosso objectivo deverá ser evitar reforçar inadvertidamente o comportamento inapropriado.

2.Devemos interromper de forma humana os comportamentos problemáticos – sem recompensa-los – o mais cedo possível.

3.Devemos observar cuidadosamente e recompensar o cão pela oferta livre e por vezes inesperada de um comportamento apropriado. Ao fazermos isto, informamos o cão de quais são os comportamentos desejados. É completamente injusto para o cão ter de tentar adivinhar o que queremos no meio de punições e gritaria. Por exemplo, podemos dizer milhões de vezes a uma pessoa o que não fazer, mas a menos que mostremos a essa pessoa como o fazer correctamente, ela vai sempre cometer erros.



Este padrão simples, baseado no conhecimento de que os cães são seres cognitivos e que procuram perceber o que queremos deles, permite que a aprendizagem e a recuperação ocorram e que os cães melhorem sem o uso de violência.

Escapar à punição

Ao recusarmo-nos a sermos estupidificados pela dominância também podemos mudar a nossa percepção da punição. O castigo físico é frequentemente recomendado para mudar comportamentos e pode incluir o uso de correcções de coleira ou trela, correcções com coleiras estranguladoras ou de bicos, uso de coleiras de choque, bater no cão, forçar o cão a andar e bater na árvore ou no poste para que preste atenção ou atar o cão de modo a que não se consiga mexer. Todas estas técnicas estão inseridas no coceito da necessidade de dominar o cão, como meio de controlo sobre o mesmo. Algumas destas técnicas envolvem abuso óbvio, outras podem facilmente ser usadas de forma abusiva. Nenhuma delas é recomendável.

A verdadeira definição de punição não requer dor; requer sim um estímulo suficientemente poderoso para que o cão deixe de fazer o comportamento com o resultado subsequente  de que a probabilidade do cão voltar a oferecer o comportamento no futuro diminua. As partes enfatizadas da frase são importantes porque se estas condições não forem reunidas, o cão não está a ser punido, está simplesmente a ser abusado física ou psicologicamente.

Cuidado humano cientificamente aprovado

Podemos usar os novos dados científicos sobre cães para nos guiar no mundo dos comportamentos caninos que achamos problemáticos. Resolver comportamentos caninos problemáticos na verdade não tem nada a ver com controlo, liderança ou domínio do cão – tem simplesmente a ver com aumentar a probabilidade de sinalizar ao cão o comportamento correcto, tendo a certeza de que temos a total atenção do cão quando o fazemos e tendo a certeza de que estamos mesmo a recompensar os comportamentos desejados.

À medida que novos dados surgem, a nossa única hipóteses é aceitar que o uso do conceito da dominância tem encorajado o uso de técnicas que são perigosas para os donos tal como para os cães e que são injustas e muitas vezes abusivas para com os cães. Para aqueles que queiram usar factos como trunfos nesta afirmação, vejam o AVSAB dominance position statement e o Dog Welfare Campaign position statement.

Para divulgação a crianças recomendo o Blue dog (http://thebluedog.org/; para crianças entre os 3 e os 6 anos)

Dois pequenos e populares livros sobre comunicação canina que podem ser interessantes tanto para veterinários como para os amentes de cães em geral: Tail Talk: Understanding the Secret Language of Dogs (Chronicle Books, 2007) e The Canine Commandments (Broadcast Books, 2007).

As boas notícias são que agora podemos escolher não ser estupidificados pela dominância.

(imagem de: http://drsophiayin.com)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Lani - Lany?

Esta é a personagem que deu o nome à Lany:














É a Lani do Surf's Up (ou Dia de Surf em português).
Lani quer dizer céu em havaiano e por isso eu achei perfeito.

Já agora aconselho a que vejam o filme! =) Um daqueles clássicos de desenhos animados a não perder.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Estupidificados pela Dominância - Parte I - Por Dr. Karen Overall


Estupidificados pela dominância - Parte 1

artigo original aqui

Explorando os nossos mitos e concepções erradas sobre as relações humano-cão


O problema: A maioria dos problemas comportamentais caninos ou envolvem comportamentos naturais do cão que não são aprovados pelo homem ou não são compreendidos ou problemas relacionados com ansiedade que incluem verdadeiros diagnósticos comportamentais. O fundamento para se tratar qualquer problema comportamental canina assenta-se em:

  •  Compreender o que é “normal”
  •  Identificar e atenuar os riscos
  •  Comunicar eficazmente com o cão
  •  Ler os sinais comunicativos do cão
  •  Ir de encontro às necessidades do cão

E ainda, o principal conselho que demasiados veterinários e treinadores dão aos seus clientes, ignora por completo este fundamento e aparece focado principalmente nas necessidades humanas:

  •  “Você tem de dominar bem o seu cão!”
  •  “ Você tem de ter o controlo e mostrar ao seu cão quem manda!”
  • "Você tem de ser o alfa!”
  • "Você tem de ter a certeza que o seu cão é o submisso"

Será este focus antropocêntrico realmente necessário e será que reflecte verdadeiramente o nosso historial com os cães?

A resposta a estas duas questões: Claro que não! O conceito de dominância aplicado aos cães domésticos é baseado num profundo desconhecimento da história partilhada de cães e humanos.

A relação única entre cães e homens

Os cães têm uma relação única com os humanos que não se assemelha a nenhuma outra no reino dos animais domésticos. Os cães foram selecionados ao longo dos tempos de modo a colaborarem e trabalharem intimamente com os humanos e tal selecção deu origem historicamente a raças de cães que hoje em dia se encontram separadas por grupos.
Os dados moleculares confirmam que os cães estão geneticamente separados dos lobos desde à 135 000 anos. Dados Moleculares e antropológicos mostram que o cão tal como o conhecemos, vive na sociedade humana, desempenhando diferentes à pelo menos 15 000 anos. Dados antropológicos sugerem que a ligação cão-homem iniciou-se à cerca de 30 000 anos. Pelo menos nos 2 000 anos que passaram, definiram-se grupos de raças bem definidas, compostas por cães de diferentes tamanhos e formas que estão relacionados com determinada tarefa.
A maioria das variações físicas nas raças de cães é o resultado de selecção dum determinado comportamento que vinha acompanhado de um determinado aspecto físico. Por exemplo o tipo de pelo pode depender do tipo de comportamento desejado – como acontece por exemplo com a raça Springer Spaniel Ingles onde temos os indivíduos selecionados para trabalho são completamente diferentes dos indivíduos selecionados para exposições, chegando mesmo a parecer raças distintas.
A nossa relação única com os cães deriva da convergência entre a evolução do sistema social canino e humano que resultam do encontro entre grupos com os mesmo interesses que reconhecem o poder do esforço colaborativo seguido secundariamente pelas mudanças ao nível da função cerebral que permitiram ao homem e cão modernos entenderem-se e contarem um com o outro.

Padrões comportamentais partilhados por cães e humanos

Tanto os humanos como os cães:
  • Vivem em grupos familiares alargados
  • Providenciam cuidados parentais até à maioridade
  • Têm especial atenção e carinho para com os mais novos, mesmo que não pertençam ao seu grupo familiar
  • Dão à luz crias completamente dependentes e imaturas que requerem um grande cuidado e, mais tarde, cuidados constantes de interacção social.
  • Amamentam por um extenso período e no desmame passam por um período de alimentação semissólida (os cães regurgitam; os humanos têm as papas para bebé, mas o conceito é o mesmo)
  • Têm um extenso vocabulário vocal e não vocal
  • Têm uma maturidade sexual que precede a maturidade social
Dentro das características dos comportamentos sociais que os cães partilham com os humanos, está que o seu sistema social é baseado no respeito e consideração pelos outros indivíduos. Adicionalmente, muitos dos sinais comunicativos associados são redundantes (vários sinais com o mesmo significado), e a maioria dos sinais comunicativos são não vocais.

 Dados recentes indicam que os cães também são comparáveis com os humanos no que toca à cognição de complexidade social envolvida no entendimento de sinais de longa distância sobre, por exemplo onde está a comida escondida. Os cães conseguem comunicar melhor aos outros esta informação. Os cães aparentam ter a capacidade de “mapear” – fazer deduções sobre classe, nome, função e localização de um objecto, sem o terem aprendido – e comunicar esta capacidade aos humanos. Tal como os humanos, os cães sofre daquilo que nós reconhecemos como ansiedade desajustada – que interfere com o sei normal funcionamento.

Finalmente, quando examinamos as taxas de expressão génica  de mutações em regiões do tecido neuronal, a única espécie das estudadas que tem taxas comparáveis às dos humanos é o cão doméstico. Tais dados, quando comparados em conjunto, sugerem que os cães e os homens têm trabalhado como companheiros de maneiras mais profundas do que à partida pensaríamos.

As interpretações erradas e as limitações da literatura etológica e comportamental

·         A Dominância é um conceito etológico tradicional que diz respeito à capacidade individual de um indivíduo – normalmente em condições específicas e controladas – de  manter ou regular o acesso a um determinado recurso. É uma descrição da competição de  perder ou ganhar em relação a esses recursos. N~~ao tem de ser confundido com o status social, e não tem necessariamente de conferir prioridade no acesso a esses recursos.

·         Nas situações em que a dominância tem sido usada com uma preocupação de status, é importante perceber que não é definida como  a agressão por parte do “dominante”, mas sim como o afastamento do “submisso”.

·         O comportamento dos indivíduos de status social relativamente baixo, e não os de status social elevado, é o que determina as classificações hierárquicas relativas.

·         A classificação por si só tem de ser contextualizada como relativa. Pois na verdade os animais verdadeiramente acima na hierarquia são tolerantes para com os de hierarquia mais baixa, não mostrando os tais comportamentos dominantes.

·         Lutas por lugares sociais raramente dão origem a verdadeiras lutas físicas. Estas só aparecem quando todos os sinais comunicativos não são eficazes e falham.

·         Se não houver uma prévia presunção de uma sistema baseado na dominância, dificilmente se identifica tal sistema. Por exemplo, aquando do estudo de babuínos, classificou-se os animais de acordo com o tipo de comportamento (amigável, assustadiço, etc) e posteriormente, quando se analisou o comportamento específico dos indivíduos não foi observado um sistema baseado na dominância.

As interpretações erradas de problemas patológicos comportamentais e como eles surgem.
O mal uso e interpretação do conceito de dominância no que diz respeito aos animais domésticos, criou sérios problemas no que toca ao entendimento dum comportamento diagnosticado simplesmente como agressão por dominância (ou agressão por conflito). Existem três conceitos que sofreram com este tipo de interpretações:
  1. A Dominância tem sido erradamente equacionada como um status social ou ordem rígida numa hierarquia, que se pensou desenvolver-se através da competição entre cachorros que conseguem prever a necessidade de um status social em adultos. O comportamento de posse em relação a um osso foi sendo usado como um teste de dominância em cachorros. Na verdade, os cachorros são muito mais fluidos nas relações que mantém, que se vão alterando à medida que a química dos seus cérebros também se altera. A ordem hierárquica que é obtida através de actividades experimentais , está relacionada com a maneira como se realiza a experiência e não com os comportamentos em si. A própria actividade experimental vai criar uma hierarquia que antes não existia, induzindo os resultados que se esperam à partida.
  2. Devido à maneira violenta como as pessoas acreditavam que a rígida hierarquia era imposta, os humanos têm sido encorajados a colocar-se a eles mesmos no topo dessa suposta hierarquia de maneira a que eles mesmos sejam os dominantes. No entanto, a nossa história com os cães mostra-nos que a relação cão-humano é das que desenvolve mais trabalho cooperativo e colaborante. Um relação hierárquica como a que a teoria da dominância impõe não permitiria o desenvolvimento de tal relação de trabalho cooperante pois não deixaria ao cão nenhuma margem de manobra e teria de ser o homem a fazer todas as decisões relacionadas com a tarefa a desempenhar. Para além disso, os sistemas sociais baseados em comportamentos diferenciais e na obtenção de informação podem confundir-se com estes sistemas de topo-base (como o defendido pela teoria da dominância) se não forem observados cuidadosamente. Deferência e respeito em contextos apropriados removem a necessidade de controlo.
  3. Finalmente, cães que exibem tal diagnóstico que é baseado em ansiedade patológica e não no uso insuficiente de força, foram tratados exercendo-se dominância física e psicológica sobre eles. O conselho mais devastador que tem sido dado aos donos é que eles têm de ser dominantes para com os seus cães e mostrar-lhes (aos cães problemáticos) “quem é que manda”. Por causa desta moda, inúmeras pessoas têm sido mordidas pelos cães que elas próprias têm traído, aterrorizado e deixado sem alternativa. E para os cães que são diagnosticados com desordens de ansiedade (diagnóstico que envolve processamento de informação e análise precisa dos risco), os comportamentos usados para dominar um cão, tais como bater, gritar, enforcar (com coleiras enforcadoras), forçar o cão a ficar deitado, sentado, executar alfa-rollovers e outras técnicas punitivas e coercivas, convencem o cão que está magoado, necessitado e doente de que o humano é uma ameaça, resultando na degradação da condição do cão.

É para ontem a necessidade de mudarmos o nosso pensamento! 

Sobre a autora:
 
Dr. Overall, faculty member at the University of Pennsylvania, is a diplomate of the American College of Behavior Medicine (ACVB) and is board-certified by the Animal Behavior Society (ABS) as an Applied Animal Behaviorist.

domingo, 10 de junho de 2012

Desafio It's All About Dogs - Senta

Ora aqui estão maneiras bem mais acertadas de ensinar o "senta"... Tipo "magia", sem tocar no cão... eh eh

A Filipa e o Charlie do Treinos do Charlie

A Rita e o Lenny do Treinos do Lenny

E por fim, eu e a Lany =)

sábado, 9 de junho de 2012

Desabafo

Só para dizer que a experiência não é tudo. Aliás, a experiência não vale de nada quando se passa 20 anos a fazer as coisas erradas:


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Quatro coisas espectaculares para cães, que algumas pessoas acham cruel - Por Casey Lomonaco


Artigo original aqui

Por vezes as pessoas odeiam coisas para os seus cães que eu pessoalmente acho espectacular. Sim, colocar um açaime é óptimo. Pode ver a seguir porquê.


“Nunca poderia fazer isso ao meu cão! Isso é tortura!” Diz Marsha, uma nova cliente e a orgulhosa “mãe humana” de um cachorro de raça Bichon.
Que terei eu dito a esta dona para fazer ao seu cachorro? Alguma ideia? Esfregar o seu narizinho no xixi? Forçá-la a viver no quintal com o pelo emaranhado?Passar 23 horas por dia fechada numa crate?
Nope. Pedi-lhe apenas para dar-lhe a alimentação em doses reguladas. Esta dona muito doce e bem intencionada assumiu que manter a tigela de comida sempre cheia de ração é um sinal de amor, afecto e segurança.
Por isso, vou agora examinar 4 coisas que tipicamente são consideradas cruéis e vou-vos explicar porque, ao invés disso, são espectaculares para os cães.

1.       Alimentar em doses reguladas

Porque pensam as pessoas que é cruel
A epidemia crescenete de obesidade no mundo dito civilizado é uma indicação de que gostamos de comer de forma recreacional, consumindo mais calorias do que aquelas que precisamos para sobreviver. Adoramos os buffets, a “fast food” ou os mac drive. Algumas pessoas pensam que a ter a comida sempre acessível vai evitar problemas como roubo de comida de balcões ou de caixotes do lixo, ‘pedinchamentos’ à hora das refeições ou mesmo problemas com a caixa de areia dos gatos. Muitos acham que é algo natural os cães terem acesso constante à comida.

Porque é espectacular
·         É mais saudável. Regular a comida ingerida permite regular as calorias ingeridas. Cães sem problemas de peso e saudáveis vivem mais tempo que os seus companheiros obesos por isso não deveria fazer piadas acerca das gordurinhas do seu cão, mas sim levá-lo ao um vetrinário e aconselhar-se sobre como alimentar o seu cão para o ter mais saudável.
·         Permite melhorar comportamentos. Pode usar toda ou uma parte da ração diária do seu cão para treino e actividades de enriquecimento (jogos). Alimentar em doses reguladas permite-lhe saber quando o seu cão terá fome, facilitando imenso a formação inicial de treino básico.
·         Facilita o treino para fazer as necessidades. Sempre que tenha um novo cão ou cachorro, saber quando ele come ajuda-o a predizer quando o cão terá vontade. Cães que comem num determinado horário normalmente precisam de ir à rua também num determinado horário.
2.       Treino de Crate

Porque pensam as pessoas que é cruel
Muitas pessoas pensam que é como dormir num armário várias horas por dia, como se fosse uma câmara de tortura canina. Outras, tiveram ou têm cães que odiaram a crate. Mas a crate pode ser espectacular para si e para o seu cão se o ensinar a adorar estar na crate (e normalmente não leva muito tempo, apenas precisa de consistência).

Sim, é possível abusar-se da crate e distorcer completamente o seu objectivo – mas ninguém está a sugerir que deixe o seu cão fechado na crate por 22 horas seguidas. É necessário saber como usar a crate, para quê e usá-la com bom senso e sensibilidade.

Porque é espectacular
·         Facilita imenso o treino das necessidades
·         Permite manter os cães em segurança quando recuperam duma cirurgia
·         Pode precisar de viajar – e podem salvar a vida do seu cão. Por exemplo, onde eu vivo, nos últimos 10 anos fomos atingidos por 200 inundações por ano e os abrigos apenas aceitavam cães que tivessem as suas crates.
·         As crates podem providenciar o lugar seguro para o cão ficar. Principalmente para aqueles cães que se sentem incomodados com visitas ou crianças barulhentas, poderá ajudar a relaxá-lo se o deixar na crate com algo saboroso para roer.

3.       Açaime

Porque pensam as pessoas que é cruel
O cão parece assutado. Muitos cães com açaimes parecem realmente desconfortáveis, porque nunca foram habituados ao açaime e não foram treinados a gostar de usar um. Os açaimes podem ser cruéis se as pessoas o usarem como substituto ao treino por serem preguiçosas e usarem técnicas que metem os cães em situações em que eles sentem a necessidade de reagir (flooding), em vez de gerirem o ambiente e usarem o açaime como instrumento de gestão conjuntamente com a modificação comportamental adequada.


Porque é espectacular
·         Tal como o treino de crate, usar açaime é algo que o cão pode, a qualquer momento precisar de fazer, quer goste ou não. Infelizmente, os aççaimes são necessários em situações médicas ou comportamentais onde o cão corre risco de vida – ou seja, justamente a altura em que não deveria ser adicionado mais stress à equação. Ensinar o seu cão – profilaticamente – a gostar de usar açaime, vai prevenir a adição de mais stress tanta a ele como a si.
·         Os açaimes podem prevenir acidentes, fazendo com que cães agressivos ou reactivos possam ser controlados sem se tornarem um verdadeiro perigo para os outros animais da comunidade ou mesmo para as pessoas.
·         É muito stressante e traumático viver com um cão que tenha um elevado risco de vir a morder. A qualidade de vida para si e para o seu cão diminui à medida que aumenta o seu medo de andar na rua com ele, diminuindo assim a duração e frequência dos passeios diários. Isto acontece especialmemte em ambiente urbano, onde cãos são forçados a entrar em elevadores com outros cães ou pessoas desconhecidas. (Nota: Diminuição de stress, modificação comportamental e gestão de “treshold” devem ser sempre usadas em conjunto com o açaime para cães reactivos e agressivos)
·         Muitos cães não conseguem ser examinados por um veterinário ou tosquiados se não tiverem um açaime.

4.       Trelas Longas

Porque pensam as pessoas que é cruel
Pessoas que adoram cães querem compreensivelmente que eles apreciem convenientemente a vida e a liberdade. Todos nós adoramos as imagens de cães a correr na pradaria sem trela, pelas florestas e montanhas e vales, a atravessar riachos com a sua cauda a dar a dar. Mas a liberdade é: A) um previlégio a ser merecido através de bom comportamento e treino, não um direito; B) um desafio de treino que é sinónimo de um grande compromisso e C) algo que vem com um preço – nada está garantido para sempre.

Porque é espectacular
·         As trelas salvam vidas. Ursos, cobras, raposas, texugos cães sem trela estão sempre em perigo. Eu sei de cães que saltariam de um penhasco se estivessem em perseguição a uma presa. Na cidade, o trânsito, restos de comida, veneno para ratos e vidros partidos são apenas alguns dos muitos riscos. O seu cão pode estra a salvo de todas estas coisas se estiver de trela.
·         Obedecer à lei é fixe; pagar multas não. Manter os cães de trela é obrigatório por lei, ponto.
·         Ajudam a proteger toda a gente. Por mais amigável e obediente que seja o seu cão, ele pode ser intimidante para outros cães ou mesmo pessoas.







 Só tenho a acrescentar que de trela, temos muito mais controlo sobre o ambiente e podemos treinar com recurso a recompensas ambientais, tornando os passeios ainda mais estimulantes, mas não descontrolados.